O que foi perdido foi encontrado. Nas entranhas do mal. Nos olhos do medo. E de coração assustado.
Não me deixe, ela sorria através de seu coração esmagado. Que seu sorriso desbotasse a ferrugem e a acidez, seu mundo se fragilizava com a ventania de um suspiro. De um aceno. De uma lembrança.
Dance comigo, esmagou por fim a salvação final.
Me refugio entre estrelas. Ouça meu suspiro. Veja meus olhos. Estou bem aqui. Parada no limite do tempo. Esperando que tudo que sonhei não tenha sido em vão.
Se eu despertasse agora, ainda assim não teria sua mão. Meus olhos de opala estariam frios
no meio de tanta solidão.
Mas já despertei. E quem não está aqui, nunca me verá.
Renasci mais forte do que nunca.
E meu destino me pertence.
Porque foi assim que decidi.
E você?
Venha comigo dizer adeus à dor.
E não ter mais saudade. Nem medo. Nem dó.
De deixar tudo para trás.
Quem me deu abrigo. E me aqueceu.
E me disse adeus.
Naquele tempo não existia mais nada ali. Era como uma grande explosão em que o silêncio engolia o caos, Ouvidos surdos. Palidez sombria e inconstante. Tudo em que se apoiava, caía - e tudo com uma graciosidade absurda. Como se o tempo se recusasse a deixar a dor ir embora e se refugiasse entre canções mal cantadas e cores desbotadas de paredes lascadas, de realidade manchada. Tintas sem cores. Pássaros sem sons.
Era assim que o Sol brilhava entre nuvens muito escuras e corações muito partidos. Tiros de algodão-doce e sonhos de coca-cola, seja lá o que isso significasse.
E tudo desmoronava.
Sem se importar.
Acorde!
Eu já teria caído.
Mas ela já teria se levantado.
De olhos bem abertos e sorriso mofado.
Renata Lôbo