- Isso realmente dói, ela disse com o coração em frangalhos. Me diz: Isso vai passar?
Ele lhe ofereceu um sorriso terno com um pouco de culpa. A mentira na ponta da língua.
-Eu espero que sim.
- E se não passar?
-Então não passou, e tudo fica bem do mesmo jeito. Até a dor pode ser companhia agradável quando a solidão é tudo que nos resta.
- E se passar?
Ele abriu a boca e fechou duas vezes preso dentro de alguma revelação de sua própria mente. O medo encaroçou seu pescosço. Nunca havia pensado nisso.
- Eu não saberia viver sem a minha... era uma confissão pura e ingênua. Mas era necessário que ela soubesse... o perigo que era perder aquilo que a ligava àquele mundo que ela estava perdendo... Talvez as pessoas pudessem ser diferentes. O medo de novo. Talvez a dor adormecesse em algum momento e se tornase apenas uma segunda camada invisivel, a roupa tocando na pele; e a saudade, pensou, talvez se tornasse apenas um cisco esquecido no canto do olho cego... Não conseguiria mentir. Não quando sua própria verdade estava exposta em sua cara. Calou-se pelo bem dos dois. Pelo menos ela não chorava. Isso era a dor se moldando em sua pele. Entendeu logo de cara.
- Aceite o que você tem agora. Soltou essa palavras antes de lhe dar as costas e ir embora soluçando medos e saudade.
Ele lhe ofereceu um sorriso terno com um pouco de culpa. A mentira na ponta da língua.
-Eu espero que sim.
- E se não passar?
-Então não passou, e tudo fica bem do mesmo jeito. Até a dor pode ser companhia agradável quando a solidão é tudo que nos resta.
- E se passar?
Ele abriu a boca e fechou duas vezes preso dentro de alguma revelação de sua própria mente. O medo encaroçou seu pescosço. Nunca havia pensado nisso.
- Eu não saberia viver sem a minha... era uma confissão pura e ingênua. Mas era necessário que ela soubesse... o perigo que era perder aquilo que a ligava àquele mundo que ela estava perdendo... Talvez as pessoas pudessem ser diferentes. O medo de novo. Talvez a dor adormecesse em algum momento e se tornase apenas uma segunda camada invisivel, a roupa tocando na pele; e a saudade, pensou, talvez se tornasse apenas um cisco esquecido no canto do olho cego... Não conseguiria mentir. Não quando sua própria verdade estava exposta em sua cara. Calou-se pelo bem dos dois. Pelo menos ela não chorava. Isso era a dor se moldando em sua pele. Entendeu logo de cara.
- Aceite o que você tem agora. Soltou essa palavras antes de lhe dar as costas e ir embora soluçando medos e saudade.
Renata Lôbo
2 comentários:
Renata MUITO OBRIGADA pela visita, é sempre um grande estimulo quando recebemos um comentario bem feito.
Adorei seu texto como sempre, com todo seu misterio e narrativas perfeitas. Tanto que me deixa várias questões. Percebi alguma ligação com crepúsculo correto? Como se a personagem estivesse abandonando sua vida humana e se ligando a algo mais por amor.
Enfim, texto maravilhoso.
Abraços
Eu pretendia te indicar pro meme, mas não sabia se você estaria on para participar, de qualquer forma se quizer ainda é tempo de participar;
bjus
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