É que havia também o medo disfarçado em finas camadas de gentilezas e agudo sofrimento domesticado. Havia o ódio pintado na pele com finos traços de ouro falso. Um olhar caído e não visto de falsas emoções encenadas com falsas preguiças. O veneno seco que não escorria pelo sangue negro de petróleo podre. Seu pobre estupor e sua pobre fantasia feliz onde visitava reinos perdidos e secretos. Seus segredos mais íntimos e nunca revelados de mordazes serafins tocando harpas quebradas e pianos desafinados. Seu paraíso era um lugar perdido e encontrado nas páginas amarelas de um arco-íris desbotado. Decifrando as palavras jogadas aos ventos por pessoas desconhecidas, afogadas de amor barato e quebrado. Ilusões compradas e vendidas a preços de lágrimas sem sal, sem gosto, sem emoção.
Se a dor se acalmasse. Se o ódio dormisse. Se o amor ficasse.
Se ela ficasse...
Mas é que havia também o medo.
Se a dor se acalmasse. Se o ódio dormisse. Se o amor ficasse.
Se ela ficasse...
Mas é que havia também o medo.
Renata Lôbo
Um comentário:
Emocionei-me de verdade. Belas palavras que fazem a gente pensar;
Parabéns pelo blog.
Beijos.
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