Diria que é amor?
Diria que é para sempre?
A loucura apertando-lhe o pescoço, sufocando.
O grito da morte.
Diria que vai passar?
Diria que vai ficar?
Até onde posso acreditar nessas verdades falsas?
Juras manchadas, marcadas pela falsa crença de um amanhã sem limites...
À procura de bestas feras para arrancar meu coração do peito. E assim o verei batendo, solitário, tropeçando nas raízes de seu pulsar. Verei a mim mesma tropeçando em lembranças com gosto de saudade. O mundo me bate e me beija e caminho solitária entre labirintos escuras buscando pela Lua. Liberdade é meu lar. É tudo simples. E o amor vai passar. Dele não restará nem rastro, nem cheiro, nem sonho. Eu passarei. E de mim o que sobrar será esquecido, substituído. Sem passado nem futuro. Vamos viver assim! Pois é só assim que sei viver. Emaranhados coloridos e obscenos. Inocentes sorrisos. Tudo será de leve para não me esmagar com a sombra da verdade. Para que eu não destrua ninguém com as minhas verdade. Interpretações baratas, falsas comédias. Acordar do sonho provoca pesadelo na alma, vômitos à meia-noite, soluços de madrugada. Vamos adomecer e quando o Sol acordar iremos viver. Vamos viver o hoje oara sempre; amanhã é outra eternidade, estreita, escura, solitária. No deserto dos meus fantasmas é que me encontro e me perco, cinderela sem sapatos de cristal. Sem contos-de fada, mas conto-real. O máximo de mim será meu oposto, transparente, translúcido, ninguém. Reconhecível e estranho. Uma prisioneira livre. Sem ninguém. Sem amarras e nem correntes. Sem paredes.
E sem nunca poder ficar.....
Renata Lôbo