Tantos prós e contras que nem sei de que lado ficar.
E se o teto desabar? Essa noite? Esse dia? Esse instante?
Aquela janela da alma tinha a luz apagada e reflexos de uma lua prateada clareavam lágrimas esquecidas. Não era o fim, pensou assim, sem pensar mesmo. Uma longa caminhada e um destino incerto, não que fosse o certo, mas era o aceitável. Ondas de um calor sem noção.
E se as palavras se tornassem armas? Armas de verdade, dessas que tiram sangue da boca espumante? Da boca nem tão boca. Da boca que grita injúrias e perjúrios de uma mentira solene. Eu te amo era contado em faz de conta, e as contas de uma pérola enferrujada ressecavam um pescoço esquecido. Deixado. Me cante uma canção de ninar para que meus sonhos sejam doces nessa noite longa e negra, sem espera, a esmo em uma verdade sem resposta.
Renata Lôbo